terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As vidas de Chico Xavier


Esse ano, que está quase no fim, como se vocês não tivessem reparado né, tive a oportunidade de ler a biografia do médium mais bem requisitado e famoso do Brasil, Chico Xavier. Quer dizer, li totalmente desproporcional. Umas páginas em uma dia, outras em quase 2 meses depois e assim por diante. Mas, acabei ele de vez hoje e gostei. Acho que pra quem acompanhou ou admira o trabalho que ele fez, sendo espírita ou não, é um ótimo livro. Ou só pra quem gosta de biografia, se surpreende bastante com o que tem por lá.
E bom, é um livro todo da história de vida dele, desde a infância, até o desencarne. E o filme "Chico Xavier - O Filme", foi todo inspirado no livro, se não me engano. Sabe, tem várias coisas interessante lá e eu nunca vou me esquecer de um trecho do livro que diz o seguinte:
"(...) Chico deixava os amigos boquiabertos com histórias como esta. Para muitos, o autor do Parnaso de Além-Túmulo tinha acesso a dados privilegiados sobre as vidas passadas de cada um. Mas o vidente evitava desperdiçar revelações. Só abria exceções em casos críticos. Como o da mãe desesperada no Centro Luiz Gonzaga, com restos do filho no colo:
- Meu filho nasceu surdo, mudo, cego e sem os dois braços. Agora está com uma doença nas pernas e os médicos querem amputar as duas para salvar a vida dele.
Chico pensava numa resposta, quando ouviu o vozeirão de Emmanuel:
- Explique à nossa irmã que este nosso irmão em seus braços suicidou-se nas dez últimas encarnações e pediu, antes de nascer, que lhe fossem retiradas todas as possibilidades de se matar novamente. Agora que está aproximadamente com cinco anos, procura um rio, um precipício para se atirar. Avise que os médicos estão com a razão. As duas pernas dele serão amputadas, em seu próprio benefício.
A lei de causa e efeito é implacável no espiritismo."
(Trecho do livro "As vidas de Chico Xavier" de Marcel Souto Maior, página 78 e 79.)

E sabe, é algo tão extraordinario, doloroso, sei lá, estranho de se ler isso, que é um tipo de coisa que não se esquece. E claro que essa é só uma das coisas que me chamou a atenção, além do livro todo, e da história toda do Chico e seus 60 anos dedicados ao espiritismo. 
E eu ainda me pergunto, se nos dias de hoje, existem pessoas apitas de fazer um terço do que esse homem fez para os demais. Todo o dinheiro que entrava dos livros e direitos autorais eram doados para algum centro de caridade ou espirita, ele sobreviva com um dinheiro que não chegava a nem 1% do que recebia com a venda dos livros, mesmo em condições debilitadas, saia por aí para visitar os menos beneficiados e entregava alimentos, dinheiro e brinquedos para crianças. E nunca se glorificou de nada, sempre dava um jeito de se menosprezar, se colocar para baixo, se qualificar como um zero a esquerda, um nada. Não gostava quando as pessoas o tratavam como um Deus, um ser superior, sempre achou que nunca fez nada ou que fazia pouco. Chegou a psicografar uma média de 20 livros por ano, pra mais.
Enfim, é um ótimo livro, super mais do que recomendo a leitura e ainda fico com a dúvida no ar se existe mesmo alguém que faria só uma partezinha do que ele já fez ou aguentaria todo o "tranco" da mesma forma que ele aguentou. É, também acho que não.